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Diferença entre champanhe e espumante

 
Isadora R. Hausen
Por Isadora R. Hausen. 23 agosto 2023
Diferença entre champanhe e espumante

Sempre temos momentos na vida que queremos celebrar. Um ano novo que começa, uma promoção no trabalho, a formatura de um filho, a despedida de solteira da melhor amiga, o casamento, enfim, são diversas as ocasiões que merecem o tilintar das taças com um brinde especial.

Há quem não se importe em brindar com outras bebidas, como drinks, cerveja ou vinho. Contudo, o mais tradicional é o brinde com champanhe ou espumante. Esta bebida parece ter sido desenvolvida para ocasiões festivas.

As famosas borbulhas das bebidas frisantes ainda dão a sensação de glamour e sofisticação que alguns momentos de comemoração merecem. Podemos pensar que todas essas bebidas são muito parecidas ou até mesmo iguais, mas há algumas peculiaridades que as diferenciam. Neste artigo do umComo revelaremos qual a diferença entre champanhe e espumante.

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Índice

  1. Diferença entre champanhe e espumante
  2. Métodos de fermentação do Champanhe
  3. O que é vinho frisante
  4. Brut x Demi Sec x Moscatel
  5. Como harmonizar espumantes e champanhes

Diferença entre champanhe e espumante

O espumante nada mais é do que um vinho que passa por dois processos de fermentação. Todos os vinhos comuns passam pela fermentação que é responsável por transformar as uvas em álcool. A segunda fase deste processo é que garante a característica efervescente do espumante ou champanhe.

A segunda etapa pode ser feita seguindo, principalmente, dois métodos distintos. No conhecido como Charmat, o vinho que se transformará em espumante é colocado em tanques de aço inox pressurizados. Já no método Champenoise a fermentação ocorre na própria garrafa.

As características borbulhas da bebida, também chamadas de perlages, são bolhas de dióxido de carbono que são produzidas nesta segunda fermentação[1]. Para os especialistas, quanto mais bolhinhas e quanto menores elas forem, melhor é considerado o espumante.

Apesar de super refrescantes e borbulhantes, o champanhe e o espumante não podem ser considerados a mesma bebida. Podemos dizer que todo Champanhe é um espumante, mas o inverso nem sempre é verdadeiro, ou seja, nem todo espumante é um Champanhe.

Por que se chama Champanhe

Isso se deve porque um espumante só pode ser chamado de Champanhe se ele foi produzido na famosa região da França — que leva o mesmo nome — e seguiu as normas específicas da Denominação de Origem Controlada estabelecidas em 1927[2].

Assim, mesmo que espumante siga à risca todas as técnicas de produção e apresentar as mesmas características do Champanhe, somente o fato de ele ter sido feito em outra região que não a francesa já exige que a ele seja dado uma outra denominação.

Além disso, o Champanhe, além de ter que obrigatoriamente ser originário da província francesa, só pode ser produzido a partir das uvas Pinot Noir, Pinot Meunier e Chardonnay, todas produzidas na região de Champagne[3]. O mesmo não ocorre com os demais espumantes.

Métodos de fermentação do Champanhe

Na champenoise o vinho é fermentado pela segunda vez já depois de engarrafado, para que o líquido entre em contato com as leveduras que geram o gás carbônico. Segundo os rígidos padrões franceses, neste processo a bebida deve ficar envelhecendo por um período que vai de 15 meses a 3 anos. Com a champenoise temos um Champanhe mais estruturado.

O método charmat consiste em fermentar os vinhos em autoclaves, grandes tanques de inox que exigem menos leveduras, garantindo que as caracteristicas das uvas sejam mais preservadas. Isso resulta em um Champanhe com notas mais frutadas e/ou florais.

Um terceiro processo de produção de espumantes é o chamado asti que traz a inovação de só precisar de uma fermentação para a produção do dióxido de carbono. Outra peculiaridade deste método é que ele é exclusivo de vinhos que são produzidos na região de Piemonte, na Itália, e que utilizam a uva moscatel no processo.

O que é vinho frisante

Outra confusão muito comum é as pessoas acharem que espumante e vinho frisante são a mesma coisa. Também não são. No entanto, o que os diferencia não é a região geográfica na qual são produzidos, nem o tipo de uva, mas sim a quantidade de gás carbônico presente em cada bebida alcóolica.

O vinho frisante possui gás carbônico em baixa quantidade, apenas o suficiente para produzir suaves borbulhas que dão a ele o caráter efervescente. No Brasil, os frisantes só podem ter teor alcoólico de 7% a 14% vol., e uma pressão mínima de 1,1 a no máximo 2 atmosferas[4]. Já os espumantes costumam ser mais gaseificados pois são submetidos a uma pressão atmosférica dos espumantes costuma ser entre 4 a 6 atm.

Ainda, diferente dos espumantes e, principalmente dos Champanhes, os vinhos frisantes podem ser produzidos a partir qualquer tipo de uva, podendo ser tintos, brancos ou rosés. O gás presente neles pode ser resultado da fermentação natural ou podem ser incorporados à bebida pelo produtor.

Brut x Demi Sec x Moscatel

No mercado podemos encontrar espumantes brut, demi sec ou moscatel. O que os diferencia é a quantidade de açúcar presente na bebida. É o açúcar que define o sabor e a acidez do produto. Os espumantes do tipo brut são os menos doces, com gosto residual de no máximo 15 gramas de açúcar por litro. Mais moderados, os espumantes demi-sec possuem uma concentração entre 33 e 50 gramas de açúcar, tornando-os nem tão secos quanto os bruts, nem tão doces quanto os espumantes moscatel, que possuem mais de 50 gramas e são mais leves.

Como harmonizar espumantes e champanhes

A harmonização é a arte de combinar as refeições que serão servidas com as bebidas alcóolicas a serem oferecidas como acompanhamento em almoços ou jantares. Essa prática pode ser realizada tanto com cervejas, vinhos e também com espumantes e champanhes.

Normalmente, os espumantes com maior acidez e leveza são servidos no começo das refeições, para abrir o apetite dos convidados. Os espumantes brut, por serem mais secos, pedem comidas mais leves como saladas, peixes ou camarões. Os rosés e demi-secs combinam bem com pratos de carnes, risotos e algumas massas.

Já a harmonização dos vinhos frisantes fica perfeita se unir a bebida com comidas picantes, como a mexicana ou a tailândesa, com tábuas de frios, saladas e pratos de frutos do mar.

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Referências
  1. ENTENDA A DIFERENÇA ENTRE ESPUMANTE E CHAMPAGNE. Disponível em: <https://gauchazh.clicrbs.com.br/destemperados/bebidas/noticia/2018/11/entenda-a-diferenca-entre-espumante-e-champagne-ckblfq5mn0003hvsl70sj8pwq.html/>. Acesso em 21/08/2023.
  2. AFINAL, QUAL É A DIFERENÇA ENTRE ESPUMANTE E CHAMPAGNE. Disponível em: <https://baldidrinks.com/blogs/news/afinal-qual-e-a-diferenca-entre-champagne-e-espumante#:~:text=A%20diferen%C3%A7a%20entre%20espumante%20e,lhe%20foi%20concedida%20em%201927./>. Acesso em 21/08/2023.
  3. SAIBA QUAIS SÃO AS DIFERENÇAS ENTRE ESPUMANTE E CHAMPAGNE. Disponível em: <https://www.vinicolacampestre.com.br/blog/saiba-quais-sao-as-diferencas-entre-espumante-e-champanhe/>. Acesso em 21/08/2023.
  4. VINHO FRISANTE. ENTENDA O QUE É, COMO É FEITO E QUAIS SÃO AS SUAS CARACTERÍSTICAS. Disponível em: <https://www.evino.com.br/blog/vinho-frisante-entenda-o-que-e-como-e-feito-e-quais-sao-suas-caracteristicas/>. Acesso em 21/08/2023.
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