Plantas comestíveis

Plantas comestíveis

Quando passamos por bosques, jardins ou até estradas é inevitável nos depararmos com uma variedade de espécies vegetais. Já se perguntou, por acaso, se alguma delas é comestível? E, se sim, quais benefícios essas plantas trariam para o nosso organismo? A verdade é que plantas selvagens e comestíveis certamente já serviram como alimento principal durante várias gerações, desde os primórdios da humanidade até os dias atuais.

O problema é que, com o passar dos anos, a gente acaba se desconectando desses conhecimentos ancestrais, que nos ajudam a identificar essas plantas em determinadas situações, podendo nos ajudar bastante. Por sorte, nós do umCOMO preparamos este artigo, dedicado àquelas espécies vegetais esquecidas, que muitas vezes encontramos em excursões e passeios ao ar livre. Mostramos, a seguir, 10 plantas comestíveis e selvagens, com seus nomes, características e fotos para ficar ainda mais fácil identificá-las.

Plantas comestíveis

Está comprovado que as plantas selvagens são mais comuns que aquelas utilizadas para a agricultura. Afinal, por milhares de anos, os seres humanos sobreviveram principalmente em vegetações que não foram cultivadas. Faz apenas cerca de dez mil anos, até os dias atuais, que a técnica de semeadura substituiu, de fato, a colheita de plantas nativas.

Aprender a diferenciar as plantas comestíveis da sua região pode te ajudar em várias situações, até porque nunca se sabe quando vamos passar por certas dificuldades. Por exemplo, se você sair para acampar ou estiver em uma excursão, poderá obter comida por meio da natureza apenas prestando atenção por onde passa.

Assim, algumas dicas básicas para que você possa encontrar vegetações comestíveis em zonas não-urbanas levam em conta que você deve fazer uma breve investigação das espécies comestíveis e tóxicas nativas do seu local ou da região para a qual estiver indo. Além disso, é necessário também que você considere o tipo de clima e relevo de onde está, pois isso também vai te ajudar bastante na hora de buscar por plantas selvagens medicinais. Por exemplo, se você estiver em uma região de clima úmido, provavelmente vai encontra-las em áreas com incidência direta de luz solar e em locais mais abertos, ou então próximas às margens dos rios.

Plantas que podemos comer

A seguir, no umCOMO, preparamos um guia prático para saber os nomes das plantas comestíveis selvagens mais procuradas por aí. São elas:

  • Rúcula silvestre (Eruca vesicaria).
  • Beldro ou Caruru (Amaranthus blitum).
  • Cardencha (Dipsacus fullonum).
  • Dente-de-leão (Taraxacum officinale).
  • Menta (Mentha spicata).
  • Beldroega (Portulaca oleracea).
  • Alface silvestre (Lactuca virosa).
  • Borragem (Borago officinalis).
  • Tanchagem (Plantago major).
  • Aipo-dos-cavalos (Smyrnium Olusatrum).

Rúcula silvestre (Eruca vesicaria)

Essa planta comestível é originária da região mediterrânea e foi colhida por nossos ancestrais há milhares de anos, sendo seus primeiros registros datados do auge do Império Romano, onde era usada como afrodisíaco. Atualmente é considerada uma espécie pertencente à família do repolho e, desde 1990, foi incorporada à gastronomia, embora ainda não seja tão usada na culinária ocidental, mas majoritariamente na cozinha mediterrânea.

A rúcula silvestre pode ser identificada graças à sua textura crocante e sabor picante, intenso e amargo. Obviamente, antes de comê-la, você deve notar sua folhagem e altura, que varia de 20 cm a 1 metro. Sua floração aparece principalmente durante a primavera, e cresce em forma de cachos caracterizados por terem 4 pétalas com um formato clássico de cruz, branca amarelada. Lembre-se de que, quando falamos sobre essa espécie, você deve consumir apenas as folhas da rúcula.

Beldro ou caruru (Amaranthus blitum)

O beldro (ou caruru) pertence à família das Chenopodioideae, sendo que as partes mais consumidas dessas plantas que podemos comer selvagens são as folhas. As formas de comer essa planta podem variar bastante: você pode comê-las cruas ou cozidas, além de usar seus frutos para preparar infusões e até farinhas.

Para identificar o beldro, primeiro você deve considerar o tamanho da planta. Geralmente, ela cresce entre 20 e 60 centímetros. A cor principal é o verde-escuro, de modo que o caule conta com ramificações avermelhadas, e as folhas são afiadas com bordas irregulares. Também é considerada uma planta selvagem medicinal, devido às suas grandes quantidades de antioxidantes e vitaminas A, B, C, B1, B2, B3 e minerais, como cálcio, ferro e fósforo. É usada em muitos casos para controlar a febre, melhorar a flora intestinal e até desintoxicar o estômago.

Cardencha (Dipsacus fullonum)

Originária do Hemisfério Norte do planeta, a cardencha é uma planta selvagem medicinal consumida principalmente em infusões, nas quais é usando o extrato derivado de suas raízes. Essa espécie de planta possui propriedades diuréticas, age nas glândulas sudoríparas e tem efeito purificante, sendo também eficaz no tratamento de artrites e, quando tem as raízes maceradas, também pode ajudar na cicatrização de feridas.

Essa planta é fácil de reconhecer. Tem forma reta e atinge uma altura de um metro e meio, possuindo um caule cheio de espinhos finos. Também pode ser identificada por sua baixa folhagem, com poucas folhas serrilhadas que são anexadas à base para coleta de água. As flores são de cor rosa e em forma de cone, como pode ser visto na imagem.

Dente-de-leão (Taraxacum officinale)

As folhas de dente-de-leão são plantas comestíveis desde o seu desenvolvimento até a maturidade, mas não espere que ela comece a murchar. Essa espécie da família asteraceae é considerada, em muitas partes, como uma erva daninha, mas a verdade é que ela também tem propriedades medicinais. Algumas são suas propriedades purificadoras contra intoxicações e efeito diurético, além de ser um excelente remédio contra a constipação.

O dente-de-leão atinge cerca de 40 cm de altura quando maduro, e é composto por folhas lanceoladas uniformes, com formato triangular e bordas serrilhadas. Outras características pelas quais ele pode ser reconhecido são seu caule curto entrelaçado e intensa floração de cor amarela, com uma coroa de 5 pontas.

Menta (Mentha spicata)

A menta é uma das plantas mais conhecidas e usadas no mundo todo. Tanto o aroma quanto o sabor intensos a transformaram em uma espécie altamente procurada na gastronomia e na indústria de cosméticos. Porém, possui ainda mais propriedades que fazem dela uma planta selvagem medicinal, como ações antipasmódicas, anti-sépticas e analgésicas. A forma mais comum de consumo da menta, usada há milhares de anos, é através de infusões, quando se bebe o extrato da folha, embora ela também possa ser consumida crua.

Para identificar essa espécie vegetal, devemos prestar atenção no aroma e sabor intensos, bem característicos. Podemos, também, levar em conta suas características físicas: sua altura média é de cerca de 30 cm, e suas folhas são em forma de lança. Também pode ser reconhecida por sua floração em forma de cálice de várias cores, como lilás e branco, com um total de 5 pétalas.

Se quiser mais informações sobre essa planta selvagem comestível, não deixe de consultar este outro post sobre quais são os benefícios da menta.

Beldroega (Portulaca oleracea)

Suas propriedades nutritivas e curativas a acompanham desde os tempos antigos, graças às altas concentrações de ômega 3 e ação digestiva. A beldroega é uma espécie rasteira arbustiva, semelhante às suculentas ou Portulacaceae. Essa planta comestível selvagem se espalhou pelo mundo todo, mas é originária da índia e do sul da Europa. Pode ser consumida quase que em sua totalidade, desde as folhas até as sementes, com as quais é possível até fazer pães.

Essa planta comestível é facilmente identificada por conta do sabor ácido de suas folhas, as quais podem ser consumidas cruas ou cozidas, assim como o caule. Quando falamos sobre reconhecer a planta selvagem medicinal por meio de suas características físicas, devemos prestar atenção em seu caule liso de cor vermelha, que se estende pelo solo, graças à sua natureza rasteira. Já as flores devem ser de cor amarela, com 5 pétalas escondidas sobre a folhagem.

Alface silvestre (Lactuca virosa)

A alface silvestre é bem parecida com a convencional, que consumimos. Assim como a planta comercializada, é recomendado que suas folhas sejam consumidas quando ainda estão em desenvolvimento, antes da primeira floração. Essa planta comestível também possui propriedades psicoativas a analgésicas. Por isso é bom ter cuidado com essa espécie em particular – ainda que ela seja própria para consumo, não o faça em excesso, já que ela pode causar uma intoxicação grave.

Para reconhecê-la, basta observar o caule, que deve ser reto, liso e com ramificações, além de um interior oco. Sua altura varia, mas em média pode chegar a até 1 metro. Sua cor, que prevalece em suas folhas e caule, é um verde-azulado. Outra característica pela qual pode ser distinguida é o fruto, de pequenas proporções e pigmentação negra.

Borragem (Borago officinalis)

A borragem é uma das plantas comestíveis que pode ser consumida em sua totalidade. Ela é usada na culinária mediterrânea para preparar uma grande quantidade de receitas, como saladas. Sopas e caldos devem ser preparados com todo o corpo da espécie vegetal, para que seus minerais sejam aproveitados quando combinados à água. Por sua vez, ela também pode ser consumida crua, mas seus pelinhos pinicantes podem dificultar o processo.

Essa espécie fanerogâmica da família boraginaceae é facilmente reconhecida por meio de seus pelinhos pinicantes, localizados tanto no caule quanto nas folhas. Sua altura média varia entre 50 cm e 1 m, e suas flore, de cor azulada, possuem 5 pétalas em forma de triângulo. Essa planta, nativa do continente africano, se espalhou por todo o mundo, sendo encontrada inclusive na América do Sul.

Tanchagem (Plantago major)

Outra plantas que podemos comer dentre as mais comuns é a tanchagem. É uma espécie vegetal herbácea, de origens asiática e europeia, mas se espalhou por várias regiões do mundo, especialmente a América do Sul. O uso da planta é majoritariamente medicinal, e suas aplicações são diversas: pode ser usada como anti-inflamatório, em forma de creme feito por meio se suas folhas fervidas, como expectorante, graças à mucilagem e ao ácido silícico presentes em sua composição e, ainda, como diurético e cicatrizante.

A identificação da tanchagem começa pelo caule, que deve ser livre de ramificações. Você também pode levar em conta a altura da planta, que varia de 30 a 50 cm, além de seu rizoma amarelo. Se você prestar atenção às folhas, notará que elas são irregulares e de cor verde. Suas flores são espetadas e em tom verde-claro, com descolorações brancas.

Aipo-dos-cavalos (Smyrnium Olusatrum)

Pertencente à família Apiaceae, o aipo-dos-cavalos é uma das plantas comestíveos medicinais que contêm altos níveis de vitamina C, além de propriedades são diuréticas e purificadoras. Desde os tempos antigos, essa espécie é consumida crua ou cozida, e seus frutos também são usados ​​para aromatizar pomadas e outros alimentos, como arroz e saladas.

Reconhecer o aipo-dos-cavalos é relativamente fácil. Preste atenção na altura da planta, que pode chegar até um metro e meio. Seu caule é maciço, mas em espécies mais antigas pode ser oco. A forma de suas folhas é irregular e sua composição é fina. Esta planta selvagem comestível também produz flores e frutos. Quanto à floração, é de cor amarelo-esverdeada, e seus frutos apresentam pigmentação negra.

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