Como retirar a cafeína do café

Como retirar a cafeína do café

Uma das bebidas mais tradicionais brasileiras, o conhecido cafezinho, está presente na mesa dos brasileiros desde o século XVIII, quando foi trazido para o Brasil, sendo hoje o alimento mais produzido pelo país. A preferência pelo chamado ouro negro pelos brasileiros não ficou somente na produção, mas na ingestão. O cafezinho é a bebida mais consumida no país, perdendo somente para a água.

A bebida possui alguns benefícios à saúde, como o auxilio no combate à depressão, benefícios para o fígado e entre outros. Porém esses vêm acompanhados por efeitos colaterais, o que está levando a um aumento da procura e consumo do tipo café descafeinado, aquele com até 97% sem cafeína.

Sendo uma substancia química encontrada na natureza por plantas consumidas pelo homem, a cafeína não é uma substância propriamente prejudicial à saúde. Mas a diferença para o remédio e o veneno é a dosagem, logo, claramente o excesso de cafeína no organismo pode levar a efeitos colaterais, entre eles os mais comuns relatados pela Organização Mundial de Saúde – OMS, sendo o aumento da ansiedade, insônia e irregularidades cardíacas, dependendo da idade do consumidor e da quantidade de cafeína ingerida por dia. Há ainda o relato de dependência por alguns consumidores ávidos da bebida, grande fator motivador pela busca do tipo descafeinado. Veja o umComo te informando se faz mal tomar muito café. Mas como se retira a cafeína do café?

Retirar a cafeína tornou-se uma meta das indústrias que vendem o produto pronto para consumo, porém como o café possui cerca de 800 a 1500 compostos químicos diferentes, extrair os cerca de 1 a 2% de cafeína sem alterar o sabor original tão prezado pelos consumidores tem se mostrado um grande desafio. A seguir o umComo lista as práticas utilizadas até hoje:

Método do Cloreto de Metileno

Desenvolvida em 1903 pelo químico alemão Ludwig Roselius o qual conseguiu retirar a cafeína do café sem alterar muito seu sabor original utilizando o cloreto de metileno, que dissolve muito pouco os outros componentes do café e evapora com facilidade. Roselius chegou a criar uma marca de café descafeinado, o Sankas, sendo o pontapé inicial para o desenvolvimento de outras marcas de café descafeinado pelo mundo. Porém na década de 1980, o Cloreto de Metileno foi apontado como substância cancerígena, obrigando a indústria do café a desenvolver outra solução para retirada da cafeína sem prejudicar a saúde.

Método da água

No método da água a cafeína primeiramente é extraída em água quente, devido à propriedade de que essa se dissolve em água. Após isto, ela é retirada da água com auxílios de solventes orgânicos, os quais impedem que outros componentes do café sejam dissolvidos, preservando as propriedades originais do produto. Concluída essa etapa, a água sem cafeína, mas com os sabores do café é colocada de volta nos grãos e seca. Esse método possui algumas resistências devido a resquícios dos solventes na água de dissolução.

Método do Gás Carbônico

Outra metodologia encontrada pelas indústrias para retirada da cafeína consiste no processo de envolver os grãos de café em gás carbônico e extraí-los em um estado físico denominado pelos químicos como supercrítica : ela não é nem líquida, nem física e nem gasosa. O gás fica muito denso, quase líquido, podendo nesse estado, retirar a cafeína com resultados muito bons, a não ser pelo alto custo do método.

Método da lavagem dos grãos

Por último, essa tecnologia utiliza partículas do próprio café dissolvidas em água. Essa solução é pobre em cafeína e atrai esse componente dos grãos que se quer descafeinar. Segundo o engenheiro de alimentos Alfredo A. Vitali, do Instituto de Tecnologia de Alimentos em Campinas, São Paulo, esse método pode ser considerado natural, pois impede que os grãos entrem em contato com solventes nocivos à saúde.

Veja também: Como cortar o efeito da cafeína - Detox e efeitos no organismo

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